quarta-feira, novembro 22, 2006

Até arrepia...

O meu nome é ""Sara""
Tenho 3 anos
Os meus olhos estão inchados
Não consigo ver.
Eu devo ser estúpida
Eu devo ser má,
O que mais poderia pôr o meu pai em tal estado?
Eu gostaria de ser melhor
Gostaria de ser menos feia
Então, talvez a minha mãe me viesse sempre dar miminhos.
Eu não posso falar
Eu não posso fazer asneiras,
Senão fico trancada todo o dia.
Quando eu acordo estou sozinha
A casa está escura
Os meus pais não estão em casa.
Quando a minha mãe chega,
Eu tento ser amável,
Senão eu talvez levaria
Uma chicotada à noite.
Não faças barulho!
Acabo de ouvir um carro
O meu pai chega do bar do Carlos.
Ouço-o dizer palavrões.
Ele chama-me.
Eu aperto-me contra o muro.
Tento-me esconder dos seus olhos demoníacos.
Tenho tanto medo agora
Começo a chorar.
Ele encontra-me a chorar
Ele atira-me com palavras más,
Ele diz que a culpa é minha, que ele sofra no trabalho.
Ele esbofeteia-me e bate-me,
E berra comigo ainda mais,
Eu liberto-me finalmente e corro até à porta.
Ele já a trancou.
Eu enrolo-me toda em bola
Ele agarra em mim e lança-me contra o muro.
Eu caio no chão com os meus ossos quase partidos,
E o meu dia continua com horríveis palavras...
"Eu lamento muito!", eu grito
Mas já é tarde de mais
O seu rosto tornou-se num ódio inimaginável.
O mal e as feridas mais e mais
"Meu Deus por favor, tenha piedade!
Faz com que isto acabe por favor!"
E finalmente ele pára, e vai para a porta,
Enquanto eu fico deitada,
Imóvel no chão.
O meu nome é "Sara"
Tenho 3 anos,
Esta noite o meu pai matou-me.


Dá que pensar não dá?.....

domingo, novembro 12, 2006

São Martinho em Penafiel

Reza o ditado que no ‘Verão de São Martinho’ é tempo de castanhas e de vinho. Mas, na realidade, o São Martinho não está relacionado com a típica castanha que chega no Outono – e que, este ano, já custa dois euros a dúzia, no tradicional cartucho feito de papel de lista telefónica ou nos modernos pacotes.O professor Moisés Espírito Santo, sociólogo e especialista em Religião, explica ao CM esta festa: “O culto popular associou uma fruta da época ao santo, ou seja, é uma festa sazonal que, ao longo dos tempos, foi sendo atribuída a São Martinho, quando o santo não está verdadeiramente relacionado nem com castanhas, nem com vinho, nem com água-pé. Mas o povo quis assim.”A tradição do magusto é tipicamente portuguesa, mas nem todos sabem que existiram dois santos com o mesmo nome e que morreram em datas muito próximas, uma vez que, no calendário litúrgico da Igreja Católica, o 11 de Novembro é dedicado a Martinho de Tours (em França) e o 12 de Novembro a Martinho de Dume (Braga, Portugal).Segundo a lenda, Martinho, filho de um soldado do exército romano, nasceu entre 315 e 317, na antiga Panónia, actual Hungria. Cumprindo a tradição da época, em que os filhos seguiam os ofícios dos pais, estudou Humanidades e, aos 15 anos, tornou-se soldado, como o pai. Foi cavaleiro na Guarda Imperial. Durante o seu percurso como oficial romano, um acontecimento mudou a sua vida: numa noite fria e chuvosa, possivelmente em 338, cavalgava com os seus companheiros de armas quando, às portas de Amiens (França), se cruzou com um pobre que lhe pediu esmola. Como não levava moedas, Martinho cortou a sua capa vermelha ao meio e entregou metade ao mendigo para que este se abrigasse do frio e do vento.
Foi daí que nasceu a expressão ‘Verão de São Martinho’.Aos 40 anos, Martinho foi ao encontro de Santo Hilário, bispo de Poitiers, que o ordenou padre. O antigo cavaleiro tornou-se assim bispo de Tours. Graças à sua generosidade, humildade e simplicidade, aliadas à fama de milagreiro, tornou-se um dos religiosos mais queridos da Gália romana (actual França), até morrer, a 11 de Novembro de 387.O outro santo, Martinho de Dume, nasceu na época dos visigodos, entre 518 e 525, no actual distrito de Braga, foi bispo e fundador do mosteiro de Dume, tendo-se tornado um dos principais impulsionadores da cristianização nesta zona da península. Morreu a 12 de Novembro de 578. “Penso que São Martinho de Dume é um dos santos mais importantes na história da evangelização de Portugal. Por vezes está um pouco esquecido, mas foi um homem com uma ampla visão”, recorda Moisés Espírito Santo.“O nosso São Martinho é que deu origem às tradições e às festas”, realça o especialista. E adianta: “Estas festas sazonais são tipicamente nossas, não tenho conhecimento de que em França, onde viveu Martinho de Tours, a população faça alguma celebração. E, se repararmos, mesmo em Espanha, dificilmente se fará uma festa tão grande aliada às castanhas. Os países católicos têm os seus cultos próprios e certos festejos sazonais são tipicamente portugueses.
” DE ONDE VEM O 'VERÃO DE SÃO MARTINHO"
Segundo a lenda, Martinho de Tours (século IV), ao encontrar um mendigo na rua, numa noite de frio e de chuva, ofereceu-lhe metade da sua capa para que este se abrigasse. De imediato, a chuva parou e o tempo amenizou. O dia nasceu com sol e calor e deu origem à expressão ‘Verão de São Martinho’. No dia seguinte, diz-se que o jovem Martinho teve uma visão e ouviu uma voz. A partir de então, nasceu em si a fé cristã e a devoção ao próximo. Chegou a bispo.
TRADIÇÃO ATRAI MILHARES DE FORASTEIROS A PENAFIEL
A cidade de Penafiel prepara-se para comemorar hoje o S. Martinho, seu santo padroeiro. “De ano para ano, o concelho é procurado por milhares de pessoas por várias razões, entre as quais se destacam a gastronomia e a monumentalidade. Daí que Penafiel mereça uma visita cuidada e demorada, principalmente hoje, feriado municipal”, disse o presidente da Câmara, Alberto Santos.Os festejos prolongam-se até ao dia 20, e incluem as feiras do gado bovino e cavalar que remontam aos finais do século XVI. A Festa do Vinho Novo, que se realiza na principal avenida da cidade, de 10 a 12 e nos dias 18 e 19, das 11h00 às 23h00, proporciona provas de vinho novo acompanhado de petiscos da região e das tradicionais castanhas assadas. Embora muita gente invada a cidade para pagar promessas ao santo, os romeiros vão a Penafiel sobretudo para provar o vinho novo e comer castanhas. E, como manda a tradição, os donos das tascas costumam colocar sobre a porta de entrada do estabelecimento um ramo de loureiro, para avisar os clientes que ali se vende vinho novo.

sexta-feira, novembro 03, 2006

Criança negra..


Porque as crianças brancas não são mais que as negras..têm o mesmo olhar..o mesmo brilho..o mesmo sorriso..